Melasma é uma condição cutânea bastante comum que deve afetar entre 15% e 35% das mulheres brasileiras. Manchas desse tipo são, inclusive, um dos motivos mais frequentes para procurar um dermatologista. E o motivo é válido, pois problemas de pele possuem grande influência na autoestima e saúde mental do indivíduo. Portanto, mesmo em pacientes que não chegam a desenvolver complicações relacionadas à condição, o efeito pode ser devastador sem tratamento.
Quer entender como surge o problema e seus possíveis tratamentos? Explicamos tudo em detalhes nos tópicos abaixo.
O que é melasma?
Pacientes com melasma possuem manchas escurecidas na pele. Apesar de ser muito mais comum em mulheres, ele também ocorre em homens e pode surgir em qualquer faixa etária. É importante saber que essa é uma doença benigna, já que muitos pacientes temem ser sinais de câncer de pele. Na realidade, a condição está muito mais relacionada a fatores hormonais. Por isso, ela costuma aparecer nas gestantes, quando ganha o nome de cloasma.
A condição começa a se manifestar quando a melanina, substância que protege a pele de raios ultravioletas, começa a depositar-se de maneira desigual. Assim, os depósitos onde ela está mais acumulada ganham a aparência de manchas ou pontos escuros. As manchas possuem limites demarcados e formato irregular e seu tamanho varia de paciente para paciente.
Diferentes tipos de melasma
O melasma é dividido em tipos de acordo com a profundidade da pigmentação de cada mancha. O diagnóstico do tipo só é possível com um dermatologista, mas vamos explicar as principais diferenças abaixo:
Epidérmico: nesse caso o pigmento está mais acumulado na camada epidérmica da pele. Por ser a camada mais superficial, esse tipo costuma responder bem ao tratamento;
Dérmico: o acúmulo de pigmento ocorre ao redor de vasos superficiais e profundos. Isso causa um tom marrom mais claro ou azulado. O tratamento pode ser mais demorado por estar localizado em partes mais profundas da pele;
Misto: existe uma combinação entre o melasma epidérmico e dérmico, fazendo com que as manchas tenham um tom marrom acinzentado. É um dos tipos mais difíceis de tratar.
Quais são os riscos?
A condição não possui uma causa clara, mas algumas pessoas estão mais propensas a desenvolverem o problema. Mulheres, por exemplo, são mais afetadas, porque possuem níveis do hormônio estrogênio mais altos. Estima-se que o hormônio tenha forte ligação à condição de pele, já que alguns homens em tratamento de câncer de próstata que usam dietilestilbestrol também chegam a desenvolvê-lo.
Mulheres em tratamentos hormonais ou usando pílulas anticoncepcionais também possuem maiores chances de ter melasma. Estresse, problemas na tireoide e longos períodos de exposição ao sol são mais alguns fatores de risco. Especialistas acreditam que o surgimento da condição ocorra ao combinar diversos fatores, incluindo ambientais. Isso torna o tratamento mais complexo, já que é difícil definir uma causa específica para controlar.
Em quais regiões os sintomas se manifestam
Geralmente as manchas escurecidas ocorrem após longos períodos de exposição ao sol. Dessa maneira, as regiões mais afetadas são aquelas expostas aos raios solares, como:
Bochechas;
Nariz;
Queixo;
Testa;
Colo;
Braços.
Geralmente, os sintomas são simétricos e acometem ambos os lados da face. Alguns casos menos comuns também apresentam manchas nas mãos. Apesar da coloração alterada não causar qualquer dano físico, o desconforto psicológico é real e a autoestima fica bastante afetada. Muitas pessoas com o problema só descobrem os sintomas durante períodos em que estão mais expostas ao sol, como férias ou o verão, causando ainda mais desconforto.
Melasma na gestação
O melasma é bem mais comum em mulheres durante a gestação. Nesse período, os níveis de estrogênio e progesterona sobem significativamente e ambos estão relacionados ao surgimento dos sintomas cutâneos. Além disso, os vasos sanguíneos ficam mais dilatados, deixando a pele naturalmente mais avermelhada e irritada.
Pode ser que os sinais desapareçam pouco tempo após o parto. Durante o período de gestação, é recomendado que a mulher tome cuidado extremo com a exposição ao sol. Usar protetor solar e hidratantes é parte dos cuidados diários essenciais. Com o acompanhamento de um dermatologista é possível prevenir ou iniciar o tratamento rapidamente, em alguns casos.
Diagnóstico com um dermatologista
O diagnóstico do problema é clínico e acontece na clínica do dermatologista ao observar os principais sinais. Com o auxílio de equipamentos médicos, pode-se verificar a profundidade do pigmento. Em casos mais complexos, o médico ainda pode solicitar uma biópsia da pele para eliminar a possibilidade de outras condições. O exame deve possuir algumas das características abaixo para confirmar o problema:
– Melanina depositada nos queratinócitos basais e suprabasais;
– Melanócitos altamente pigmentados;
– Melanina nos melanófagos dérmicos;
– Aumento de vasos sanguíneos;
– Outros.
Melasma tem cura?
A primeira pergunta que vem à cabeça dos pacientes é se o melasma tem cura. Na realidade, a condição de pele não possui cura, mas possui tratamento, que pode deixar os sintomas completamente em remissão. Mesmo assim, é importante lembrar que a condição pode ser difícil de tratar. O paciente precisará manter cuidados com todas as regiões escuras na pele simultaneamente para evitar o retorno do problema.
O que traz alento a muitos pacientes é saber que, com o tratamento correto, é possível viver livre de manchas. Situações de estresse ou exposição prolongada ao sol podem fazer com que o quadro apareça, por isso o tratamento deve continuar.
Tratamento medicamentoso
Mesmo que algumas mulheres percebem remissão da doença espontaneamente, muitas precisam de tratamento acompanhado pela dermatologista. Inicialmente, o paciente deverá utilizar pomadas/cremes com despigmentantes tópicos (com aplicação externa) para clarear as manchas.
Caso as pomadas e cremes não surtam o efeito desejado, existem pílulas, como antioxidantes, que podem contribuir com a melhora. No entanto, recomendamos tomar qualquer tipo de remédio seguindo as instruções médicas à risca. Esses medicamentos possuem efeitos colaterais que podem ser graves em caso de superdosagem.
Tratamento em clínica de estética
Uma clínica de estética dermatológica pode oferecer tratamentos que também auxiliam no clareamento de manchas do melasma. O peeling químico, por exemplo, é bastante recomendado para esses pacientes. Outros procedimentos de estética facial, como o laser e o MMP, também são excelentes.