A queda de cabelo é um problema bastante comum no Brasil e assusta tanto homens quanto mulheres. São mais de 42 milhões de brasileiros diagnosticados com perda capilar e muitos outros devem ser diagnosticados nos próximos anos. Engana-se quem pensa que o problema é somente masculino. Pelo menos 50% das mulheres também sofrem com o problema de queda de cabelo e precisam de ajuda dermatológica para solucionar a dificuldade. Não é à toa que produtos antiqueda são tão populares no mercado!
Quer entender por que isso acontece e se existe tratamento? Continue lendo para saber tudo a respeito.
Quando é considerado queda de cabelo?
Precisamos avisar que nem todos os fios que saem no pente são queda de cabelo! Nosso corpo troca células em todos os órgãos (sem considerar cérebro e coração), especialmente na pele e cabelos. Isso significa que seu couro cabeludo está sempre em renovação e é normal que alguns fios caiam. Então, como saber se os fios que aparecem no chão do banheiro, caídos nas roupas ou na escova, são preocupantes ou parte de um processo natural? Em geral, se a quantidade de fios aumentar drasticamente em um curto período, é interessante visitar o consultório de dermatologia.
Mas para entender melhor o que é uma quantidade excessiva, vamos compreender abaixo como o cabelo cresce.
Como o cabelo cresce?
Tudo começa na fase anágena, quando o fio está crescendo. Ela chega a durar entre 2 e 8 anos e é mais rápida em mulheres que em homens. Os fios crescem cerca de 0,35 mm diariamente, mas esse crescimento diminui aos poucos. Aí inicia-se a fase catágena, que dura mais ou menos 4 semanas. O fio já não é mais o mesmo e sua raiz começa a diminuir para um terço do que era originalmente. Finalmente, o pelo está entrando no processo de queda, na fase telógena ou de repouso.
Essa fase dura entre 3 e 5 meses e é caracterizada por uma fixação do fio cada vez mais fraca no couro cabeludo. A queda agora é inevitável, mesmo um simples passar de mãos nos cabelos é o suficiente para arrancar esse fio. Em seguida, surge um novo fio que está em anágena e o processo segue.
Lembre-se que temos entre 100 mil e 150 mil fios, agora imagine esse processo acontecendo em milhares deles. Dá para entender o porquê de perdemos um pouquinho de pelo todos os dias nas mais variadas atividades cotidianas.
Alopecia: quando a queda de cabelo preocupa
A queda de cabelo preocupante ocorre quando não surge um novo fio na fase anágena depois da queda. Assim, o couro cabeludo vai ficando cada vez mais aparente e o paciente afetado, cada vez mais preocupado.
O processo de alopecia está bastante relacionado a fatores hormonais. A testosterona, por exemplo, tem a capacidade de causar quadros a longo prazo. Por isso, homens sofrem bem mais que mulheres com o problema, já que produzem este hormônio em maior quantidade.
Tipos comuns de queda capilar
Nem todo quadro de queda capilar é igual! Existem alguns tipos que estão bastante relacionados às principais causas do problema. Entenda os mais comuns abaixo:
Androgenética: é a queda determinada pelos marcadores genéticos do indivíduo. Geralmente começa ainda na adolescência e torna-se mais perceptível ao longo da vida adulta;
Areata: causa a perda de cabelo em áreas redondas do couro cabeludo ou outras partes do corpo, como a barba, em homens. Ela pode surgir em qualquer idade e afeta ambos os sexos, mas é mais comum em indivíduos abaixo dos 20 anos.
Essas duas causas são as mais comuns, mas também existem formas de alopécia que surgem pelo uso de medicamentos, estresse entre outros.
Quando visitar um dermatologista
Se o cabelo cair é normal, como saber que está na hora de ver um dermatologista para o tratamento? Muitas mulheres correm para o telefone para ligar para sua médica assim que percebem uma escova cheia de cabelos. Mas, como já estabelecemos antes, isso não é necessariamente anormal. O melhor é conseguir identificar quando seu couro cabeludo possui aparência alterada. Por acaso você vê menos pelos e começou a perceber áreas de couro cabeludo mais à mostra? A quantidade de pelos que estão caindo está muito acima do “seu normal”? Nesse caso, talvez seja hora de buscar um especialista.
Fique atento e nunca procure começar a tratar a queda sozinho. Vitaminas de farmácia e mesmo cremes raramente têm o efeito desejado e podem até prejudicar a condição. Só comece a medicar-se quando um médico passar orientações adequadas.

O que causa queda de cabelo?
Quando a queda de cabelo não possui causas genéticas ela pode surgir por uma combinação de fatores. Separamos os mais comuns para você conferir abaixo. Lembrando que boa parte dessas causas são passageiras, assim que você conseguir resolvê-las perceberá melhora na queda.
1. Estresse
Estresse físico ou mental é um possível causador da queda! Esse tipo de choque causa uma série de alterações no organismo, como acelerar os batimentos cardíacos e alterar a produção de hormônios. Ele também possui impactos no ciclo do cabelo, acelerando-o e causando sua queda precoce. Frequentemente, dermatologistas encontram casos de queda que possuem outra causa, mas ficam piores por conta do estresse.
2. Excesso de vitamina A ou B
Pensava que as vitaminas eram invariavelmente boas? Na verdade, isso depende bastante do caso. As hipervitaminoses são bastante raras, mas quando alguém possui quantidade excessiva do complexo A ou B no corpo, pode sofrer com a queda dos fios. Isso acontece principalmente em pessoas que estão suplementando de maneira incorreta. Na maior parte dos casos, interromper o consumo da vitamina ajuda a diminuir a queda, mas a orientação médica também é importante.
3. Pós-parto
Durante a gestação a mulher sofre uma série de alterações fisiológicas e hormonais que afetam todo o seu corpo, inclusive os cabelos. Depois do parto, enquanto seu organismo volta ao normal, é comum que mães percebam uma queda excessiva. A queda pós-parto começa ao redor de três meses depois do fim da gestação e deve durar cerca de 2 meses. O aumento do problema durante a gestação é muito raro, mas também pode acontecer.
4. Alterações hormonais
Hormônios comandam praticamente tudo no organismo, inclusive o crescimento dos fios. Fatores que geram flutuação hormonal, como a própria puberdade, geralmente aumentam a queda e podem causar alopecia por um curto período. Algumas mulheres chegam a experimentar o quadro até quando trocam a pílula anticoncepcional.
5. Medicamentos
Existem tratamentos médicos cujos efeitos colaterais são a queda de cabelos. Os antidepressivos, por exemplo, podem causar ou aumentar o problema. Além disso, muitos remédios para hipertensão e até alguns analgésicos, como ibuprofeno, podem gerar queda. O tempo de uso do medicamento influencia bastante no seu efeito. Por isso, tomar um ibuprofeno uma única vez dificilmente gera mudanças capilares. O uso prolongado é o verdadeiro problema.
Existe tratamento para queda de cabelo?
A queda de cabelo pode ser tratada com um dermatologista especializado. Primeiramente, o médico precisará descobrir e tratar a causa do problema para que o paciente consiga melhora significativa. Durante o tratamento o paciente pode receber microinfusão de medicamentos que estimulam o crescimento dos fios, o chamado MMP. Tratamentos com laser fracionado e luz infravermelha também demonstram resultados bastante satisfatórios. No entanto, tudo deve ser acompanhado pelo especialista. Automedicar-se pode até ter efeito contrário e aumentar a queda.